Técnicas da evidência histórica: disputas de memória, patrimônio e a construção tecnológica dos indícios históricos

Essa pesquisa, que integra o estágio de pós-doutoramento FAPESP de Pedro Telles da Silveira junto ao CHD/Unicamp, parte da constatação do cruzamento entre as tecnologias digitais, o campo da visualidade e o que François Hartog chama de “evidência da história”. Se a história sempre esteve associada à visão, o que acontece agora quando não são apenas os seres humanos, mas também as máquinas, que podem ver?

Esse ponto de partida se desdobra na análise de três campos diferentes: o giro forense, as disputas de memória e a aplicação de tecnologias de modelagem e impressão 3D no âmbito do patrimônio. Em comum, os três constroem o campo da evidência na intersecção entre história, tecnologia e política, dando amplo significado à noção de evidência que estampa o título da pesquisa.

O projeto se orienta na elaboração de um livro monográfico tratando dos três assuntos, propondo uma reflexão inovadora sobre a evidência da história.

Imagem removida.

Imagem removida.

Imagem removida.

Acima, três exemplos da produção da evidência histórica através da utilização de tecnologias digitais. No alto, still do vídeo de divulgação do Grenfell Media Archive, iniciativa do grupo inglês Forensic Architecture, que busca contribuições do público para criar um vídeo 3D do incêndio da Grenfell Tower ocorrido em julho de 2017. No meio, uma reconstrução 3D da estátua de Ebu, parte do trabalho Material Speculation - ISIS (2015-2016), da artista iraniano-americana Morehshin Allahyari. Por fim, a reconstrução 3D do crânio de Luzia, registro ósseo mais antigo encontrado no Brasil, perdido no incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro em setembro de 2018. O trabalho é fruto da parceria do Laboratório NEXT, da PUC-Rio, coordenado pelo Prof. Jorge Lopes, e do LAPID, sediado no próprio Museu Nacional.