Rede intelectual e Pan-americanismo: relações entre a política e a escrita da história no Cone Sul (1922-1940)

A pesquisa Rede intelectual e Pan-americanismo: relações entre a política e a escrita da história no Cone Sul (1922-1940) propõe-se a pesquisar uma rede de intelectuais americanistas com ramificações entre Brasil, Argentina e Chile que atuou na organização de congressos de história, publicação de livros, fundação de institutos de pesquisa e cátedras universitárias, entre os anos de 1922 e 1940. O foco são as relações e trocas entre os intelectuais em escala transnacional, de modo a perceber as mediações e práticas entre eles e outros setores da sociedade. Para tal, os principais documentos eleitos foram correspondências, atas de congressos, publicações em revistas e os livros de história organizados pela rede. Esses documentos serão analisados à luz da história intelectual, renovada pelas discussões da nova história política e da história cultural. Após o parecer positivo da Fapesp para o financiamento de doutorado, a pesquisa se adaptou à realidade pandêmica, incluindo tecnologias da computação aos métodos historiográficos. Com os arquivos fechados, passou-se a utilizar um banco de dados - o Crono.Data - composto com documentos históricos de arquivos digitais nacionais e internacionais.

O Crono.Data é uma ferramenta de visualização de conceitos, constelações e citações através da indexação de acervos públicos nacionais e internacionais. Atualmente o banco de dados – o Crono.Data – possui indexado os acervos da Revista do IHGB, da Academia Nacional de La História da argentina, da Biblioteca Nacional Digital e Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. A partir desse banco, pode-se visualizar conceitos, citações e constelações de autores. A indexação de novos acervos está sendo realizada conforme pedido de outros pesquisadores e estudos sobre a viabilidade. Provavelmente, ainda que em fase experimental, o Crono.Data é o mais completo indexador de documentos históricos da língua portuguesa, incluindo fontes de 1789 até 2008. Atualmente conta com mais de 30 mil buscas catalogadas.

Para entender melhor, podemos dizer que um banco de dados funciona da seguinte forma: existe um local em que são armazenados os arquivos, em que um motor de busca irá procurar as informações solicitadas e entregá-las de maneira mais ou menos bruta, com poucos filtros. Surge aí a necessidade de utilizar parâmetros da modelagem de dados computacional para filtrar, escrever, armazenar e consultar estas informações.

O Crono.data possui quase todas as aplicações locais, ou seja, roda-se códigos no computador para realizar as pesquisas e armazená-las. Inicialmente trabalhei com gerenciadores genéricos de arquivos, como o Foxit Reader e o Notepad++ para fazer as buscas e salvá-las.  Atualmente utilizo gerenciadores de Structured Query Language (SQL), que é a linguagem mais utilizada para pesquisa em bancos de dados. Em outras palavras, os textos são convertidos em gigantescas tabelas a serem analisadas através das pesquisas.

Tendo em vista que o banco de dados começou a produzir muitas informações, o passo seguinte foi pensar em formas de representação de dados. Pesquisei sobre linguagens como Python, R e Visual Basic, sendo esta última utilizada dentro da plataforma do Microsoft Power BI para construir a interface visual e online do programa. Pesquisei sobre as principais ferramentas de visualização de dados, sendo o Power BI escolhido por oferecer mais recursos a nível gratuito.

Tais conhecimentos foram utilizados para elaboração de outras plataformas, como o Painel de Controle da Lei de Acesso à Informação do Estado de São Paulo e o primeiro protótipo do Painel de Controle do CoronaArquivo do CHD da Unicamp. Também já disponibilizei buscas para outras pesquisas a nível de doutorado e pós-doutorado.

Pensando na visibilidade da ferramenta e em novos passos hospedamos ela em um novo domínio, além do site do CHD da Unicamp

historiadahistoria.digital

 

Instituição de fomento: FAPESP

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